sábado, 10 de abril de 2010

"TRISTEZA, POR FAVOR VÁ EMBORA!"






Enfim minha primeira viagem como repórter. Sim, eu já havia feito, em Quixadá, a cobertura da visita do presidente Lula quando da sua visita ao sertão cearense. À época, como repórter estagiário da TV União. Mas desta vez, como repórter da TV Fortaleza, eu iria ficar um fim de semana completo em Juazeiro do Norte, onde acompanharia a oficialização do projeto da construção de uma imagem, a de Nossa Senhora da Assunção. A imagem – resultado do projeto de dois vereadores da Capital – seria colocada em uma praça do santuário com o mesmo nome da santa. Bem, a situação de quem vai de encontro a um desafio desses é de simplesmente não saber o que pode acontecer. Longe da redação, não poderia contar com mais ninguém, caso precisasse. Felizmente não precisei. As pautas estavam feitas. Sim, assim mesmo no plural. Explico: a cobertura oficial da chegada e permanência dos dois políticos e suas respectivas comitivas eram os focos principais do nosso trabalho, meu, do cinegrafista e do auxiliar – que, aliás, era da terrinha do "padim". É claro que não imaginei que pudesse desfrutar de um fim de semana com tudo pago na terra do padre Cícero. Tínhamos a missão de fazer matérias – quantas pudéssemos – sobre a cidade, sua cultura religiosa, seu comércio, sua gente etc. Então, lá fomos nós, saindo na sexta-feira, dez da noite, do bairro Nova Assunção e chegando ao local, Centro de Juazeiro, as seis da manhã. E não foi fácil o dia...
Ao todo foram cinco matérias – isso mesmo – cinco matéria das dez da manhã, quando fomos ao famoso horto, onde está a estátua de 15 metros do homem considerado santo, até as seis da noite, quando encerramos nossa participação entrevistando ninguém menos do que o seu Lunga. Mal paramos para almoçar. Percorremos, além do horto e do museu que nele há, o Centro comercial da cidade, seu mercado central à lá Beco da Poeira, mas bem mais organizado e limpo. Fizemos matéria também em um outro museu, na praça principal, onde se podem ver objetos usados pelo padre Cícero, assim como fotografias de figuras importantes da então Juazeiro de fins do século XIX e início do XX e também de momentos históricos, como a visita do capitão Virgulino Ferreira, o Lampião e seus asseclas cangaceiros. Outra coisa bem difícil foi segurar o ritmo – muitas vezes abusado – do experiente cinegrafista que me acompanhava. "Vamo, vamo, gravando, gravando, GRA-VAN-DO..."
Como não tínhamos nada marcado, tais como entrevistas, visitas etc, tive que usar uma das grandes armas que recebo diariamente de Deus e que nunca falha: a criatividade. E mais uma vez ela deu conta do recado e voltamos, depois de uma longa viagem de regresso, no domingo de manhã, com cinco matérias e muito cansaço. E eu, mais uma vez, pude dormir de consciência livre – apesar de ter sido a uma hora da madrugada para levantar as cinco, quando teria ainda uma manhã de pautas, agora, de volta a Capital. Vida de repórter – uma das melhores!

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