terça-feira, 28 de dezembro de 2010

6ª EDIÇÃO DO PAPO MUSICAL-BRASIL

Olha a 6ª edição do Papo Musical-Brasil aí! E eu que nunca pensei em fazer um programa falando da cantora Simone... que eu destesto!!! hehehehe Mas, profissionalismo é profissionalismo!

Então, canta aí Simone em nosso especial de Natal...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Olá, estamos de volta!!



Esta nova edição do PAPO MUSICAL-BRASIL fala de ninguém mais, ninguém menos que Raul "rock" Seixas.

O PAPO MUSICAL-BRASIL é um quadro produzido, editado, gravado e apresentado por mim. Ele vai ao ar pela Rádio Sol Leste FM (www.radiosolleste.com), de Aquiráz, durante o programa "Tarde Total", do comunicador Emanuel Simões, toda sexta-feira, 13:00hs.


Então, é só curtir!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010





Descupe, não resisti... chorei!

PAPO MUSICAL-BRASIL

O Papo Musical-Brasil é uma quadro criado, produzido e apresentado por mim. Ele vai ao ar todas as sextas-feiras, pela Rádio Sol Leste FM (www.radiosolleste.com), em Aquiráz e para todo mundo, pela internet, durante o programa Tarde Total, do apresentador Emanuel Simões. Esta é a tão esperada chance de também estar nessa mídia incrível, que o Rádio.

O quadro conta histórias - e lendas - maravilhosas de nossa MPB, seus cantores e compositores e, é claro, suas músicas incríveis.

Hoje, o Papo Musical-Brasil vai falar de Roberto Carlos. Já falamos de Cartola, Dolores Duran e Tom Jobim. Em breve falaremos das histórias internacionais. Aguarde.

Seja bem vindo!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O NORDESTE TEM SUA PRESIDENTA


            E Dilma foi eleita. O Brasil tem sua presidenta e particularmente nós também. Um momento histórico. E o nordeste estava lá com seus cerca de 70% dos votos dados a ela. Ou seja, milhões de homens e mulheres dos nove Estados dessa região tão sofrida acreditaram numa mulher e depositaram nela o futuro deles e da próxima geração que aí já está. Só no Ceará, Dilma foi escolha de 77% do eleitorado, portanto mais que em toda região.
Do crescimento pujante de nosso país, o Nordeste tem uma bela participação. É aqui que historicamente o povo sempre foi visto como o atraso do Brasil. Mas a economia vem crescendo há anos e isso quem mais sabe é o nordestino – mas não só pelo poder de compra, “pois nem só de pão vive o homem”.
Se não tínhamos nada ou bem pouco, agora temos muito. Além da chance de podermos crescer muito mais, de acreditarmos que nossos filhos poderão usufruir de um país mais rico, humano e justo, temos a oportunidade de dizer que, depois de um pernambucano, a sucessora deste foi eleita incondicionalmente com a ajuda dos nordestinos.
Fizemos a diferença nos mais de 55 milhões e meio de votos e faremos a diferença na construção deste país.

AGINDO...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

BATISMO DE SANGUE DE UMA GERAÇÃO

Acabei de assistir a uma das cenas mais belas do cinema, no filme Batismo de Sangue, obra baseada no livro homônimo de Frei Betto...

...em uma das masmorra da ditadura militar brasileira, guerrilheiros - homens e mulheres - participam, atrás das grades, de uma singela missa celebrada por quatro dominicanos. Um deles, Frei Betto. Um outro, o cearense Frei Tito de Alencar.
No momento da consagração, não o pão - que é o Corpo de Cristo. Não o vinho - que é o sangue de Cristo. Mas sim, bolachas maizenas, redondas e refresco em pó, sabor uva.

"Este é o Corpo e o Sangue de Cristo que é dado por vós."

Deus abençoe a liberdade!!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PARA QUEM ESTÁ CANSADO DE OLHAR O MUNDO APENAS PELA ÓTICA DO PODER,  VEJA ESTE VÍDEO. PORÉM, ADVIRTO, SE AINDA HÁ ALGUM DESEJO DE LIBERDADE EM SEU CORAÇÃO, TALVEZ VC NÃO CONSIGA MAIS SUFOCÁ-LO!!

PRA VCS, A HISTÓRIA...


The War on Democracy 2007 legendado from olho.cósmico on Vimeo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CRÔNICA


OLHARES URBANOS
Um relógio na parede. O primeiro encontro
matinal. O olhar semi-serrado. Pelas pálpebras,
o flerte com a hora. Os raios do sol que passam
pelas frestas da janela se alongam, lambendo o
piso do quarto, os lençóis da cama e os rostos.
O banho. O café. O olhar sobre aquela que
ainda dorme. A saída e o caminhar por entre
árvores - tão poucas; entre pessoas - tão
distantes; entre automóveis - tão frios.
Um banco de ônibus. “Olha o troco!”
Estranhos dividem o mesmo espaço, o mesmo
quadro; o mesmo olhar sobre a mesma paisagem,
diariamente. Rostos familiares, asseados,
sonolentos, buscam um motivo que os
impulsione, que os faça perseverar naquela
rotina. Trocam-se olhares. Banco duro e vazio
do lado da janela. “Com licença?” Desconforto
democratizado. Olhos tombam vencidos ainda
pelo cansaço do dia anterior. Olhar a hora. “Que
horas, por favor?”
O canto dos pássaros, o som do vento que
assanha as árvores. O riso das crianças. Um olhar
para o passado. A cidade que cresce. Não, a
cidade que incha; que se derrama e que invade.
O olhar sobre o presente. Mas não um
presente qualquer, o presente do modo
subjuntivo: “que eu olhe um mundo melhor”. O
canto das buzinas, o som dos motores, as vozes
que reclamam. Olhando o meu mundo. O banco,
a janela emoldurando a paisagem de ontem, de
amanhã e, quem sabe, do mês que vem; do ano
que vem. Os olhares não se cruzam mais. Viraram
cativos dos devaneios, das leituras ou
simplesmente do sono. A luz, o sol e o calor
participam da leitura. Eu, o sol e entre as mãos,
um Fernando Sabino com folhas soltas, gastas e
amareladas. O olhar que passeia pelas estradas
literárias, pelos campos de verbos, sujeitos e
predicados sempre bem iluminados pela manhã,
numa terra de sol, de luz e de mar. A minha
terra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

DETALHES ... pequenos ou não!

CRÔNICA

SAUDADES DOS OLHOS AZUIS
Não pense que vou escrever sobre um amor
não correspondido, tipo novela mexicana. Vou
escrever sobre um amor, mas um amor à arte de
cantar e a de ouvir, porque não?
Hoje, dia 14 de maio, comemora-se o
aniversário da morte – comemorar o aniversário
da morte!? – de um dos maiores cantores deste
velho e maltratado mundo.
Bem, não sabem ainda de quem falo? Talvez
vocês não saibam nada sobre a história da música
ocidental dos anos 40 para cá. Está certo,
ninguém é obrigado a saber; mas todos aqueles
que apreciam a boa música – pois só existem
dois tipos de música, a boa e a ruim – devem ter
o discernimento para saber quem é o mocinho
ou quem é o vilão no mundo da arte. Ok, ok, já
chega de rodeios. Estou falando de Francis Albert
Sinatra, o velho e bom Frank!
Garoto pobre, de um bairro pobre (Hoboken)
em Nova Jersey, Estados Unidos. Sabe como é,
aquela velha história de começar do nada e
brilhar para o mundo.
Era fã do maior cantor na sua época (Bing
Crosby) e sonhava em cantar como ele. Depois
de assistir a um de seus shows decidiu que não
poderia ser outra coisa na vida além de cantor, e
foi à luta. Deu no que deu. Foi um dos maiores
vendedores de discos e conquistador de mulheres
(sim, elas: Marilyn Monroe, Ava Gardner,
GraceKelly, Mia Farrow, etc e etc... quer mais!?),
principalmente no auge dos anos 50, época que
a sétima arte tinha mais estrelas que o céu do
interior de Goiás. Mas isso é uma outra história.
Para falar sobre Sinatra seriam necessárias
muitas linhas, folhas, livros. Vamos então
aproveitar o The Voice, pois ouvir Sinatra é
melhor que falar sobre Sinatra. É presentear, em
um primeiro momento o ouvido e, no segundo,
a alma, já que era com ela que ele cantava. Então
só resta lamentar sua partida e dizer que desde
maio de 1998, o mundo ficou – e continua, para
azar dos amantes da boa música – mais
desafinado.

SAIGON ...fica bem alí!

domingo, 18 de abril de 2010

WHAT A WONDERFUL WORLD ...oh, yes!

CRÔNICA

FALANDO, ASSIM, MEIO SOLTO....
NÃO TÔ NEM AÍ! EU QUERO É ESCREVER,
ASSIM MESMO, COM LETRAS MAIÚSCULAS,
GARRAFAIS. TÔ CANSADO! TÔ CHEIO!! VIDA
BURGUESA. BURGUESA?! EU QUERO É
ESCREVER, PÔR PRA FORA. ABRIR... NÃO, ABRIR
NÃO. ARROMBAR AS COMPORTAS DA EMOÇÃO!
JOGAR FORA O LIXO DO “TER”. QUERO GRITAR,
SOLTAR AS AMARRAS DE SE ESTAR SENTADO
EM UMA CADEIRA, EM UM ESCRITÓRIO. PARA
QUÊ GANHAR A VIDA E PERDER A LIBERDADE
DA ALMA? PARA QUÊ?!! EU QUERO É CANTAR O
AMOR, TOCAR UM INSTRUMENTO MÚSICAL,
FAZER AMOR, BEIJAR AS BOCAS QUE NÃO POSSO
BEIJAR, AMAR OS CORPOS QUE NÃO POSSO
AMAR. E SENTIR VOCÊ... QUEM? NÃO SEI. É,
VOCÊ! FORA TODO O TIPO DE CENSURA DA
ALMA, DA MENTE E DO CORPO. “TENHO ANDADO
DISTRAÍDO, IMPACIENTE E INDECISO...” PÔ PAI,
CADÊ AS FOTOS DA MINHA TURMA DA RUA,
CADÊ NOSSOS DISCOS DE VINIL DA LEGIÃO??
EU QUERO UM AMOR MELHOR, EU QUERO
GRITAR! “LIVRE, NASCI COMO A BRISA QUE AS
PRAIAS ALISA E ENCRESPA AS ONDAS DO MAR”.
VIVA O QUE É LÍRICO: O VENTO, AS FLORES, O MAR E AS
ESTRELAS. “ELES PODEM MATAR AS FLORES,
MAS NÃO PODEM DETER A PRIMAVERA”. E EU,
POSSO O QUÊ? NÃO DESCOBRI AINDA O QUE
EU POSSO E O QUE NÃO POSSO, MAS ESTOU
PERTO, MUITO PERTO. ÀS VEZES TENHO MEDO
DA FORÇA NUCLEAR DESSA DESCOBERTA,
DESSE ENCONTRO COMIGO MESMO, FACE-AFACE
COM O ESPELHO. AMIGOS ME DEÊM AS
MÃOS, OS BRAÇOS E OS ABRAÇOS E VAMOS
PULAR DESTA REALIDADE DISFORME PARA A
PERFEIÇÃO DE SERMOS O QUE PODEMOS SER.
VAMOS IR PRA NUNCA MAIS VOLTAR, VAMOS
FAZER COMO FEZ CORTÊZ E QUEIMAR NOSSOS
NAVIOS... AH, COMO É BOM ESCREVER!
OBRIGADO MINHA LÍNGUA, MINHA ESCRITA,
MEU VOCABULÁRIO E A TODOS OS LIVROS QUE
EU LÍ, AOS DISCOS QUE EU OUVI, ÀS BOCAS
QUE EU TOQUEI, AOS CORPOS QUE EU AQUECI,
AOS SONHOS QUE TIVE E DE TODOS OS
ARREPENDIMENTOS QUE DEIXEI DE TER.
TAMBÉM DOU VIVAS À SOLIDÃO QUE TANTAS
VEZES ARROMBOU A PORTA DA MINHA
PERCEPÇÃO, DO MEU CORAÇÃO, DA MINHA
ILUSÃO, DA MINHA GERAÇÃO.
A TODOS, O MEU MUITO OBRIGADO!

MOÇA ...leva meu coração!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

YESTERDAY ...sempre!

CRÔNICA

TEMPO
Entender o Tempo. Entender o tempo?! O
tempo não se entende, se vive, se sente.
Pergunte ao jovem que, por um segundo perde
o ônibus que o levaria ao primeiro encontro com
a primeira namorada. Pergunte sobre o tempo a
um velho que, sentado na calçada, contempla
uma pelada de futebol dos meninos da rua.
Pergunte também à jovem que, recebendo o
exame positivo de sua gravidez, já começa a
confeccionar o primeiro sapatinho de lã.
O tempo é sublime quando se toma uma
taça do melhor sorvete ao lado da melhor pessoa.
O tempo é um carrasco quando a mesma pessoa
acima vê o melhor sorvete derreter enquanto
espera a melhor pessoa chegar, e ela não vêm.
O tempo, como afirmava Einstein, é relativo.
Nos braços do seu amante, a mulher viaja por
todas as constelações enquanto o gozo percorre
cada célula do seu corpo. O amante, no entanto,
é atacado por uma única descarga de energia,
que em segundos se desfaz.
Para os teólogos, mil anos não passam de
um sopro para Deus. Para muitos, um milênio
podem conter incontáveis vidas. Para um velho,
o tempo voa como um falcão, para um jovem, no
entanto, ele se arrasta como um verme qualquer.
Assim é o deus Cronos.
Entender tudo isso é só uma questão de
tempo.

CASINHA BRANCA ...mas pode ser amarela, também!

AS ROSAS NÃO FALAM ...será?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

CRÔNICA

MESSEJANA DA PELE VERMELHA
Parece até que eu posso vê-la. Já vem tão
rápida quanto à ema selvagem, correndo e
saltando por entre as matas e lagoas que existiam
em toda a Messejana. O vento fresco assanhava
- mas só um pouquinho - os cabelos lisos e longos
da linda Iracema. Aliás, esse mesmo vento ainda
hoje passeia por entre as árvores do lugar;
árvores que respeitosamente dão, como naqueles
tempos, mangas, cajus, sirigüelas, cocos e
também a já muito cobiçada sombra para os dias
de muito sol.
Colher os frutos depois das pescarias e
caçadas eram, provavelmente, o que os primeiros
habitantes do lugar, irmãos de Iracema, deveriam
fazer. A tribo dos Tabajaras, a qual ela pertencia
- sob as bênçãos de Tupã e sob a pena de José
de Alencar - chamava aquela imensa área verde
de “a lagoa abandonada”, ou Messejana mesmo,
como diziam na língua tupí-guarani.
A lírica terra de bom clima do escritor José
de Alencar, continua lá. Sua lagoa abre as portas
para uma aldeia urbanizada com muito mais
concreto e asfalto que matas e cipós. Os gritos
selvagens, os cantos dos pássaros o barulho das
águas rasgadas pelas pirogas dos indígenas foram
trocados pelos roncos dos motores, pelos carros
de som e pelas vozes diversas dos vendedores
ambulantes, dos feirantes e de todo o povo que
escolheu o bairro para morar, trabalhar ou
apenas passar.
As praças, os becos, as ruas e as avenidas
cortam de norte a sul o grande bairro que já foi
município um dia. Seu comércio e suas indústrias
parecem que vão, dia-a-dia, convencendo e
acostumando os nossos olhos a uma paisagem
fria e cinzenta. Outrora, o mesmo lugar era
cortado pelos pés descalços cobertos de terra
vermelha de Cauby, Andiara e Irapuã, a mesma
terra que o progresso teima encobrir com fuligem
e cimento. O povo passa pra lá e pra cá, pelas
ruas, praças, feiras e pela vida de Messejana,
deixando um rastro de luta, de esperança, de
alegria e de energia. Para muitos que ali
depositam momentos de sua lenda pessoal,
Messejana continuará sendo o local onde a bela
pele vermelha de “cabelos mais negros que a
asa da graúna”, os espera, assim como espera o
seu amado Martin.
Hoje de fibra, aço e resina, aquecida pelo
sol e banhada pela lua e pelas águas da grande
lagoa, a boa índia está comportadamente sentada
sobre uma grande pedra. Está lá e permanecerá
saudando o povo que vai e volta, que passa por
suas terras e não pára; que flerta com ela, com
sua lagoa e com as matas que ainda restam.
Esse povo também é um pouco filho seu um
pouco Moacir; povo que leva nos traços tupíguaranis
- seja no corpo ou na alma - a beleza e
a pureza que também Messejana teima em
presentear.

sábado, 10 de abril de 2010

O CAVALEIRO SOLITÁRIO



...a mais bela voz do mundo!!

Mas que interessante! Passeando pela internet me deparei com este texto que trouxe pra cá retirado de um outro blog, o do jornalista Luis Nassif. É bom levar em conta o ano em que foi escrito, 1891. O autor, um dos grandes nomes da literatura mundial, o polêmico Oscar Wilde. O alvo da "penada" somos nós, os jornalistas.

“(…) Foi um dia fatal aquele em que o público descobriu que a pena é mais poderosa que as pedras da rua, e que seu uso pode tornar-se tão agressivo quanto o apadrejamento. Procurou imediatamente pelo jornalista, o encontrou e aperfeiçoou, e fez dele seu servo diligente e bem pago. É de lamentar por ambos. Atrás das barricadas, muito pode haver de nobre e heróico. Mas o que há por trás de um artigo de fundo senão preconceito, estupidez, hipocrisia e disparates? E esses quatro elementos, quando reunidos, adquirem uma força assustadora e constituem a nova autoridade.
Antigamente, os homens tinham a roda de torturas. Hoje tem a imprensa. Isso certamente é um progresso. Mas ainda é má, injusta e desmoralizante. Alguém – teria sido Burke? – chamou o Jornalismo de o quarto poder. Isso na época sem dúvida era verdade. Mas hoje ele é realmente o único poder. Devorou os outros três. Os Lordes temporais nada dizem, os Lordes espirituais nada tem a dizer, e a Câmara dos Comuns nada tem a dizer e o diz. Estamos dominados pelo Jornalismo. Nos Estados Unidos o Presidente reina por quatro anos e o Jornalismo governa para todo o sempre. Felizmente, nesse país, o Jornalismo levou sua autoridade ao extremo mais flagrante e brutal e, como decorrência lógica, começou a gerar um espírito de revolta: ou diverte ou aborrece as pessoas, conforme seu temperamento.
Mas deixou de ser a força real que era. Não é levado a sério. Na Inglaterra, o Jornalismo, com exceção de alguns poucos exemplos bem conhecidos, não tendo atingido estes excessos de brutalidade, permanece ainda um fator de grande significado, um poder realmente notável. Parece-me descomunal a tirania que ele se propõe exercer sobre nossas vidas privadas. O fato é que o público tem uma curiosidade insaciável de conhecer tudo, exceto o que é digno de se conhecer. O Jornalismo, ciente disso, e com vezos de comerciante, satisfaz suas exigências. Em séculos passados, o público expunha as orelhas dos jornalistas no pelourinho. O que era horrível. Neste século, os jornalistas ficam de orelha em pé atrás das portas. O que é ainda pior. O mal é que os jornalistas mais culpados não estão entre aqueles que escrevem para o que se chama de coluna social. O dano é causado pelos jornalista sisudos, graves e circunspectos que trarão, solenemente, como hoje trazem, para diante dos olhos do público, algum incidente na vida privada de um grande estadista, de um homem que é assim um lider do pensamento político como criador de força política. Convidarão o público a discutir o incidente, a exercer autoridade no assunto, a externar seus pontos de vista, e não somente a externá-los, mas a colocá-los em ação, a impô-los àquele homem sobre todos os outros argumentos, a impor ao partido e à nação dele; convidarão, enfim, o público a se tornar ridículo, agressivo e perigoso. A vida particular dos homens ou das mulheres não deveria ser revelada ao público. Este não tem nada absolutamente nada a ver com ela.
Na França há um controle maior nesses assuntos. Lá não se permite que pormenores dos julgamentos que se realizam nos tribunais de divórcio sejam divulgados para entreterimento ou crítica do público.
Tudo que se lhe permite saber é que houve o divórcio e que foi concedido a pedido de uma ou outra parte envolvida, ou de ambas. Na França, com efeito, limitam o jornalista, e concedem ao artista quase que completa liberdade. Aqui, concedemos liberdade absoluta ao jornalista e limitamos inteiramente o artista. A opinião pública inglesa, por assim dizer, procura tolher, cercear e submeter o homem que cria o Belo efetivamente, e compele o jornalista a recontar o factualmente feio, desagradável ou repulsivo; de modo que temos os mais sisudos jornalistas do mundo e os jornais mais indecentes. Não há exagero em se falar em compulsão. Há positivamente jornalistas que têm verdadeiro prazer em publicar coisas horríveis, ou que, por serem pobres, vêem nos escândalos uma fonte permanente de renda.
Mas não tenho dúvidas de que há outros jornalistas, homens de boa formação e cultura, a quem realmente desagrada publicar esse tipo de assunto, homens que sabem ser errado agir assim e, se assim agem, é apenas porque as condições doentias em que exercem sua profissão os obriga a atender o público no que o público quer, e a concorrer com outros jornalistas para que esse atendimento satisfaça o mais plenamente possível o grosseiro apetite popular. É uma posição muito degradante para ser ocupada por qualquer desses homens, e não há dúvida de que a maioria deles percebe isso sensivelmente.” (OSCAR WILDE, A Alma do Homem Sob o Socialismo, págs. 57/59, LP&M, 2003).
Pelo jeito, nada mudou... ou melhor, mudou sim, mas para pior!!
Acabei de assistir ao "Caçador de Pipas". Observando o nosso tempo e comparando com a bela história, percebi algumas coisas:

1 - a amizade sincera e pura, talvez tenha desaparecido dos corações, para sempre;

2 - a honra não tem mais espaço diante do "ter";

3 - sempre é tempo de mudar a si, para melhor.
PEGUEI-ME OLHANDO NO ESPELHO DO TEMPO
OUVI CLARINS E O REBOMBAR DOS TAMBORES
QUANTO ENGANO, ERA MEU CORAÇÃO
NO COMPASSO DA DERRADEIRA GUERRA

DE MIM CONTRA MIM MESMO

BATALHA INGLÓRIA
A VISÃO ERA EMBASSADA, AMARELADA
E RACHADA POR SONHOS E PESADELOS
VI-ME CALADO

FALANDO DE MIM PARA MIM MESMO

O SUOR RISCOU MEU ROSTO JÁ MARCADO
E ESCORREU EM MEU PEITO INTRICHEIRADO
SENTI-ME SÓ
ONDE ESTARIAM MEUS ANJOS? CANÇADOS?
FOI ENTÃO QUE TUDO ME VEIO COMO NUMA TEMPESTADE

E ME VI, SORRINDO, AO LADO DE MIM MESMO