sábado, 10 de abril de 2010

TENSÃO LEVADA PRA CASA



Hoje foi um dia tenso. Tive que fazer duas matérias na Assembléia Legislativa do Ceará. O local estava lotado, com mais de uma centena de pessoas entre populares, parlamentares estaduais e federais, além de um senador e o Governador do Estado. O motivo era a discussão sobre o apóio do Ceará no projeto da transposição do Rio São Francisco. Já cheguei atrasado, pois vinha de uma outra pauta. Portanto perdi as principais entrevistas. Então tive que sair a cata de um ou outro político. Corro pra lá e pra cá. A apreensão de sair dali sem as benditas sonoras me angustia. Aí é que entra o autocontrole, a capacidade de perceber que é possível fazer e confiar no seu “taco”. E assim foi, até o momento em que o Governador iria sair, se eu o perdesse, não teria outra chance e perderia minhas pautas. A tensão é grande. É claro que falo por mim, mas no momento eu sentia que o ar irradiava a mesma coisa. Não era apenas eu que esperava com ansiedade o entrevistado. Havia muitos colegas com microfone e gravadores em punho. Mas era eu que estava na ponta do semicírculo. Era eu que tinha que fazer a primeira abordagem, a primeira pergunta. “Eu não posso vacilar. Não posso dar uma gaguejada se quer. Talvez eu nem respire na hora”. Isso era mais ou menos o que eu pensava na hora. Então veio o homem e... Ataquei o entrevistado com uma pergunta, com duas e três e depois de tudo terminado, soltei o ar ao mesmo tempo em que falava com o meu câmara: “Missão cumprida, chapa!”.
Mas confesso que a tensão foi tão grande naquelas duas horas e principalmente nos três minutos finais que carrego o peso dela sobre minhas costas – literalmente – enquanto eu escrevo este texto, já passadas mais de doze horas do trabalho terminado. Sim, vida de repórter de carne, osso e nervos.

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